Profissão Escritor | A difícil vida de quem escreve. | Tony Casanova

Tony Casanova
   Para quem é escritor e tem sua Arte reconhecida, ama e trabalha duro assimilando novas técnicas e aprendizados é fácil escrever. Fácil de tal maneira que muitos questionam e chegam a indagar de onde vem tanta inspiração. De fato, para nós escrever é relativamente fácil, o difícil é viver do que fazemos. 
    A Literatura sempre foi uma Arte presente desde seu surgimento. Arte está que considero a mais importante na História da Humanidade. Mas uma coisa é ter valor e outra é ter este valor reconhecido. Note-se que quando falo de reconhecido não estou falando de citações em espaços de mídia ou imortalização política em meios acadêmicos. Me refiro ás políticas de amparo e apoio aos escritores. Me refiro a ausência de participação e ajuda governamental. Não fosse o cúmulo, para quem não sabe, os escritores que desejarem ter reconhecimento na Biblioteca Nacional são obrigados a pagar por isso a título de "cadastro" e para obterem concessões de números, os chamados ISBN (International Standard Book Number), eles devem novamente pagar em taxa á parte para cada obra lançada. Paga-se pelo código de barras, por isto e por aquilo para obter concessões. 
    Logicamente alguns irão lembrar-me que o ISBN não é obrigatório, mas de antemão eu digo que sei disso, mas ressalto que não é obrigatório em algumas livrarias e editoras, mas em muitas sim. Além disso todo autor que ter seu registro, mas nem todos dispõem de verba ou não desejam pagar por isso, principalmente os que iniciam nesta longa e árdua jornada. Acho tudo isto um absurdo, um desrespeito não só com os escritores, mas com a Arte. É como se antes mesmo de publicar seu livro, o autor já tenha adquirido um sócio que abocanha parte do orçamento sem antes mesmo ele ter vendido um só exemplar.
    O que faz a Biblioteca Nacional do Livro é adquirir direitos monetários ás custas do autor, valores que obviamente são repassados aos leitores, estes que pagam todas as despesas. Esta ação da BN não só é mais imposto que se recolhe de quem publica, mas também uma maneira de tornar ainda mais caras as obras publicadas, dificultando assim o acesso dos leitores.  Eu particularmente defendo, para o bem daqueles que publicam e não só eles, daqueles que leem também, o fim de todas as taxas cobradas para aquisição do ISBN, inclusive o taxa de cadastro. Se isto fosse feito já seria um grande passo para incentivar novos autores, novos leitores e enfim, dar a Literatura atual, o seu merecido lugar de destaque.